sábado, 29 de setembro de 2012

HOMENAGEM A BRASILEIRA HEBE CAMARGO

Que o país perdeu uma de suas maiores personalidades, uma pessoa alegre e que deixou um grande legado à comunicação do país, todos já sabem. Mas nessa data em que o Brasil ficou mais triste, a equipe do Opinião Pro Mundo presta uma homenagem a Hebe Camargo, compartilhando um trecho de uma entrevista dela ao Roda Viva, da TV Cultura. Apesar ter sido gravada em 1987, a entrevista continua atual, e relembra um lado politizado de Hebe que nem todos lembram ou conheceram. 




Lembramos ainda que Hebe era madrinha do projeto Teleton e que esteve na fundação da TV no Brasil. A 'gracinha' brasileira deixará saudades.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

FALTAM OITO PONTOS


Em 2010, o cenário do futebol baiano vivia dois momentos bem distintos. Enquanto a torcida do Bahia reencontrava a alegria com a subida do time para a primeira divisão, a do Vitória chorava e não acreditava no rebaixamento do clube. Mais uma vez, Bahia e Vitória não estariam em um mesmo campeonato a nível nacional.

No ano seguinte, chegado o mês de dezembro mais uma sentença era dada. Nada muda, o Esporte Clube Bahia permanece na primeira e o rubro-negro baiano na segundona. Será que as trajetórias vividas pelos dois clubes em 2012 culminará nas duas equipes em um mesmo campeonato no ano de 2013? Vejamos a situação rubro-negra, a tricolor fica para uma próxima oportunidade. 

Dois mil e doze parecia não começar bem para o Vitória. Mais um ano na série B e o seu maior rival, o Bahia, conquistou sobre o time rubro-negro o campeonato baiano depois de um jejum de 11 anos sem títulos. O melhor que o clube tinha no momento era apenas Neto Baiano e sua artilharia afiada.

Passado a derrota para o tricolor na final do baianão 2012, o Vitória tentou se recompor e pensar na Copa do Brasil e principalmente no Brasileiro da série B. Após a eliminação na Copa do Brasil, o foco virou e se intensificou para o principal objetivo do clube no ano: O ACESSO À SÉRIE A.

Timidamente o torcedor rubro-negro começou sua campanha de apoio ao clube nos primeiros jogos. Falo isso inicialmente, porque sem dúvida alguma a torcida do Vitória agora tem se tornado uma grande aliada do time nas partidas no Estádio do Barradão. Com a melhor média de público da série B, 15 057 torcedores por jogo, e com os três maiores públicos registrados no campeonato, o torcedor rubro negro tem sido o camisa 12 que o Vitória precisa.

O apoio recebido das arquibancadas tem se refletido dentro de campo. Dos 13 jogos disputados em casa, o Leão ganhou 10, empatou dois e perdeu apenas uma partida. É nítido o compromisso assumido pela torcida do Vitória em apoiar o time para o seu retorno a elite do futebol brasileiro. O comprometimento do torcedor rubro-negro tem sido de fato um diferencial. Além é claro, do empenho dos atletas da Toca do Leão, que tem demonstrado união, futebol e garra para que o objetivo do clube em 2012 se concretize.

O Leão da Barra anda tão bem com a tabela do campeonato, que estando em primeiro lugar com 57 pontos dos 78 disputados e a 11 do quinto colocado, até já pensa em título. E é óbvio que esse assunto anda circulando pela Toca, porque o Vitória tem um percentual para a conquista do título muito animador, cerca de 60% de chances, contra apenas 15% do vice-líder Criciúma. 

A subida do Vitória para a série A, caso concretizada, será um ótimo acontecimento para o futebol baiano. E ficará ainda melhor se o Bahia permanecer também na elite do futebol. Os torcedores dos dois times merecem isso, principalmente depois desses anos conturbados para a dupla Ba-Vi, cheios de altos e baixos e que ele, o torcedor, o fanático, nunca abandonou o seu clube. 

Além do que, Vitória e Bahia estando na primeira divisão, a visibilidade nacional sofrerá um boa melhora. O QUE DE FATO SERIA O MELHOR DE SE VER EM 2013, ENTÃO? Um belo Ba-Vi de primeira, na série A do campeonato brasileiro. Boa sorte ao Vitória, a cada dia mais ele tem provado que esses 96% de chance de subir está ficando perto do download completo. Acreditem rubro-negros, os 100% da missão do time está logo ali. FALTAM 8 PONTOS PARA O ACESSO.

CUTUCADA TRICOLOR

Por outro lado, a torcida do rival que não poderia perder a piada, questiona que se caso o time rubro-negro vença o campeonato e se sagre campeão, vai bordar na camisa uma estrela ou não. E ainda mais, se for bordar, DE QUE COR A ESTRELA SERÁ, DOURADA OU PRATEADA?

P.S.: Não se preocupem, no dia de análise do Bahia também terá a CUTUCADA RUBRO-NEGRA. ;)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SOCIEDADE DE CONSUMO


Os avanços tecnológicos e industriais, o crescimento populacional, a retenção volumosa do capital financeiro pelas grandes empresas, atrelada ao progresso publicitário e à prontidão de crédito oferecido pelo mercado econômico, tornaram a sociedade contemporânea bem mais consumista que qualquer outra.

O conceito fundamental de consumo é o uso feito da produção de bens e serviços. O que tem ocorrido em dias atuais é o aumento desse consumo, principalmente pelos países em declarado desenvolvimento, onde as necessidades básicas de uma maior parte da população, os meios de produção e de comercialização são obrigados a responder as diversas urgências da sociedade, geralmente de caráter prescindível.

Na cultura presente, o consumo é imaginado por economistas diversos como essencial para a economia, já que com o aumento da demanda, as fábricas são obrigadas a contratar. Essa é uma ideologia singularmente capitalista, que tem sido derrubada com a crise econômica europeia. 

Percebe-se que as classes inferiores tem tido a oportunidade de adquirir produtos de valor comprovado, contribuindo para a inclusão sócio-econômica dessa camada da sociedade. As pessoas são vistas como meros consumidores, já que a oferta tem excedido a procura, com isso os padrões de gastos e as pessoas foram estereotipados, consome-me o que é tendência apenas como forma de integração social.

Nesse estilo de vida valoriza-se mais a oportunidade da compra, que a função do produto existe uma tendência para o consumo impulsivo, descontrolado, irresponsável e muitas vezes irracional, ao ponto de as pessoas não perceberem que a maioria dos produtos e serviços são praticamente iguais, os métodos de fabricação baseiam-se na produção em série, há uma desclassificação tecnológica do material industrial, provocada sempre pelo aparecimento de um material mais moderno, melhor adaptado.

O risco maior da necessidade consumista desenfreada é a interferência ainda mais atenuada do homem no meio ambiente, já que grande parte do que é produzido carece do auxilio da natureza. O homem interfere profundamente no meio ambiente, pois tudo o que é desenvolvido vem da natureza, aqui nesse contexto é o palco das realizações humanas. Através da força, o ser humano transforma a natureza intacta em uma natureza desfigurada. É ela que fornece todas as matérias primas necessárias às indústrias.

Percebe-se então que o padrão capitalista de desenvolvimento que idealiza níveis de consumo cada vez maiores, baseado em inovações tecnológicas, em busca do lucro, precisa urgentemente ser trocado, já que o planeta dá sinais de enfraquecimento. O sistema capitalista acha que fala em nome de todos, tenta dirigir a todos suas arrogantes ordens de consumo, entre todos pretende espalhar o insano desejo de compra, fazendo com que a maioria dos consumidores contraia dívidas para ter coisas, fazendo com que esses tenham apenas dívidas para pagar suas dívidas que geram novas dívidas, consumindo sonhos e fantasias que, às vezes, materializa-se cometendo delitos.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

VIDA APÓS A MORTE


Ainda doía. Tudo tinha acontecido tão rápido: o casamento, a viagem, o acidente, o velório. De repente, ele não estava mais ali, para poder abraçá-la e confortá-la nos momentos difíceis como aquele. Ainda não conseguia acreditar que não iria mais ouvir sua voz ou que nunca mais estaria envolta por seus braços.

Lágrimas, dor, desespero. Em um momento estava ao seu lado, cantando juntos uma música que passava na rádio. No outro momento ela já estava deitada numa cama de hospital recebendo a pior notícia de sua vida. Ele não estava mais vivo. Ela não veria de novo seu sorriso.

E em meio a tanta agonia ela foi trazida de volta à realidade, quando viu sua sogra conversando baixo com o médico sobre doação de órgãos. O doutor pedia que a mãe do seu marido pensasse bem no assunto, e ela via sua sogra balançar a cabeça negativamente, enxugando as lágrimas dos olhos. Mas não havia porque pensar no assunto, aquela decisão já havia sido tomada.

A princípio ela estranhou, nunca entendeu a necessidade de ter aquela conversa mórbida. Eles estavam conversando animadamente na sala. A televisão estava ligada. Cada um em seu computador. E ela pesquisava os locais para realizar o casamento quando ele tocou no assunto.

Naquele dia seu noivo passara a fazer parte dos 80 mil brasileiros que utilizaram a rede social para se declarar doador de órgão. Ele não só postou a decisão no seu perfil, como também fez questão de conversar com ela sobre o assunto. Pediu para que ela prestasse bastante atenção e lhe explicou a importância desse ato de salvar vidas, mesmo após sua morte.

Odiou aquela conversa. Odiava a idéia de ele morrer antes dela. Eles ficariam juntos por muito tempo e ela só queria se preocupar com esse assunto na velhice. Tratou logo de encerrar a discussão e voltou a planejar o casamento.

Deitada naquela cama de hospital, lembrando-se da conversa que tiveram há poucos meses atrás, ela juntou o resto das forças que tinha para comunicar à família e ao médico que os órgãos do seu marido seriam doados sim. Era o que ele queria.

Hoje, lembrando-se de tudo que havia se passado no ultimo ano, ela sorria com tristeza ao lembrar-se daquela conversa que mudara suas vidas. E que não só mudara a vida daquele jovem casal, como também a vida de alguém cujo fim estava próximo e que teve a vida prolongada graças a uma decisão tomada num momento que, aparentemente, não tinha o menor sentido.

Se não fosse aquela conversa, a família do seu marido faria parte do percentual de 50% das famílias baianas que não autorizam a doação de órgãos. E seu marido não teria ajudado pelo menos uma das 3.000 pessoas que estão à espera de um transplante na Bahia. 

Ela terminou de arrumar sua bolsa e ativou o despertador do celular. Amanhã acordaria cedo, e aproveitaria a data, 27 de setembro, Dia Nacional de Doação de Órgãos, para conversar com algumas famílias sobre o tema e conscientizá-las da importância dessa decisão. Foi dormir pensando no seu marido. 

Ele era jovem, inteligente, um bom amigo, um bom marido. Com ele, ela passou os melhores dias de sua vida. Adorava lhe ensinar sobre as coisas, sempre lhe contava alguma curiosidade sobre os temas mais diversos. E mesmo que ele não estivesse mais presente, havia lhe ensinado uma das maiores lições de sua vida. A morte não é o fim. Existe vida após a morte.

VERDE COMO A GRAMA


Quando você se hospeda num resort, o que você espera dele? Uma cama confortável, uma suíte arrumada, uma lobby bem decorado, um café da manhã recheado de opções. Se ele estiver localizado na beira da praia, você imagina uma área verde paradisíaca com um contraste do azul da piscina e o verde do mar. E no Hotel Resort Catussaba, você encontra tudo isso. Mas, pasme, ao invés de azul, a piscina de um dos melhores hotéis de Salvador é verde.

Consegui uma folga na tarde de sexta-feira no trabalho, peguei minha namorada e utilizamos o cupom dessas compras coletivas de duas diárias no Catussaba. Demos entrada no resort às 14 horas de sexta até o meio-dia de domingo. Aliás, alguém pode me dizer por que o dia no hotel tem 22 horas e não 24 como era antigamente? Mas isso é assunto pra depois. Bom, chegamos no estacionamento. As vagas são bem espaçosas, todo cheio de coqueiros, bonito. Na recepção, sofás grandes, confortáveis, num estilo beirando a antiguidade. Os atendentes bastante educados, ágeis. E tão logo terminamos o check-in, já estávamos no quarto. Porta de cartão, como manda o figurino da modernidade. A cama segue a imaginação, bastante confortável. Quarto aconchegante. TV de LCD.

O Catussaba ia conquistando a nota máxima. Até que ao pisar no gramado da área verde ou externa, bastou eu ver um pedaço da piscina pra perceber que ela estava verde. 

Percepção confirmada ao chegar mais perto. Não é possível que um resort do tamanho que é o Catussaba não tenha conseguido manter a piscina limpa bem na minha vez. Minha namorada me pediu calma, “Eles devem limpar pra amanhã”, disse ela. Mas limpeza de piscina de um dia para o outro é tirar folhinhas, mosquitos, essas coisas. Mudar a cor de algum líquido, só Cristo que transformou água em vinho no estalar dos dedos. Já para as piscinas, não existe milagre de passar do verde para o azul de um dia para o outro. O final de semana seria de piscina verde.

A gente tinha acabado de chegar, resolvi não esquentar a cabeça com isso e pedi uma cerveja pra brindar o fim de semana. E deixei pra pensar nisso no outro dia. O atendimento foi normal, cerveja gelada. Os preços da roska (mulher adora...) de acordo com o mercado, o gosto também e a calibragem da vodka na medida certa. Só não era perfeito porque a piscina era verde como a grama.

No sábado, acordamos e descemos pra tomar café. Foi quase tudo perfeito. A mesa do desjejum tinha diversas opções, muita variedade de pães, beiju feito na hora, garçonetes bastante atenciosas e proativas. O ponto alto é que ao invés de moscas, quem sobrevoava a área ao redor, eram os passarinhos. Que comiam os restos na mesa, quando as garçonetes demoravam 5 segundos para recolher. Mas só não foi perfeito porque a piscina era verde como a grama.

Na área externa (pra não repetir palavra), tão logo deitamos na espreguiçadeira e a professora de educação física já veio oferecendo uma atividade física na piscina. Espécie de hidroginástica animada, com música, dança, pra divertir o pessoal e fazer o tempo passar. O número de garçons ao redor da piscina triplicou. E o atendimento manteve o bom nível. No entanto, apesar de toda a comodidade e conforto, a piscina era verde como a grama.

Perguntei para um funcionário do resort se tinha algum gerente na casa. Ele me disse que o gerente geral não estava, mas sempre tinha um gerente plantonista no local. E citei que iria reclamar da piscina. Ele me chamou e começou a falar baixo.


“Olhe, reclamar não vai adiantar. Esse problema é histórico. A piscina sempre foi verde. Acontece que para manter ela azul, precisaria trocar o filtro todos os dias, por causa da areia. Só que além do filtro seria necessário trocar a água. Essa água da piscina é de poço, assim como a água que vai para os quartos dos hóspedes. O que deveria ser feito era uma obra para que trocasse o encanamento e a piscina fosse abastecida com a água da rua, da Embasa. Só que não querem fazer isso, porque acham que os custos serão altos. Então, muita gente que vem aqui, não volta mais por causa da piscina que é verde. E aqui na região tem outros grandes hotéis e resorts”, explicou. E eu também não volto! Vou procurar um concorrente da região que tenha piscina azul.


Uma piscina para um hotelzinho é um atrativo que pode contar ou não. Alguns hóspedes vão descer para dar um mergulho. Outros não. Já num resort, a piscina é a principal diversão. Então ela precisa ser bonita, bem cuidada, limpa, azul brilhante, água cristalina. E não verde. Eu fiquei na beira da piscina, mas fui tomar banho no mar. O sal, eu tirava no chuveiro. É broxante você chegar num resort grande, bonito, bem decorado e se deparar com uma piscina verde.

“O melhor que o senhor tem a fazer é tirar uma foto e colocar na internet”, concluiu o funcionário. E eu pensei, “É, o cara me deu um bom tema para minha coluna de terça”.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

NÃO SÃO ACIDENTES


Hoje é segunda-feira, e certamente se você acompanhou algum noticiário pela manhã, viu notícias de pessoas que perderam suas vidas em acidentes de trânsito. Infelizmente, estamos acostumados a esse tipo de notícia, que se tornaram tão comuns, que não prestamos a devida atenção. Mas, somadas todas essas tragédias, assustadoras estatísticas que informam, por exemplo, que em 2010 mais de 42 mil pessoas morreram em acidentes no trânsito, e que 145 mil pessoas foram internadas devido acidentes naquele mesmo ano.

Agora imagine esses números em todos os anos, são milhões de vidas perdidas e famílias sofrendo.  A pergunta que as estatísticas ainda não respondem é: Quantas dessas mortes de fato foram causadas por acidentes verdadeiros? Creio que o destino seja o menor dos responsáveis. Infelizmente, o carro deixou de ser apenas um meio de transporte, ele está acessível a pessoas que lhe transformam em uma verdadeira arma. Alguns de seus calibres são excessos de velocidade, uso de celular, desrespeito às sinalizações de trânsito e motoristas completamente embriagados.

É uma questão de falta de educação, de princípios que vem da infância e que ensinam a ter amor próprio e ao próximo. As pessoas contam - com a maior naturalidade - histórias em que apesar do álcool, não houve acidente, e dizem cheios de orgulho que não há nenhum problema dirigir embriagado. Ainda criticam o governo por colocarem fiscalização.

Por falar em governo, na última semana foi lançado o Pacto Nacional de Redução de Acidentes. A ideia é cumprir o que é proposto pela OMS (Organização Mundial de Saúde), e reduzir pela metade o número de mortes no trânsito até 2020. Para alcançar tal objetivo, o governo pretende aumentar a fiscalização, e criar projetos de conscientização. Particularmente, acredito que essa é a palavra chave para mudança desse quadro.


É fundamental uma mudança de mentalidade com relação ao trânsito, desde os pedestres, que ainda atravessam a rua fora da faixa de segurança, muitas vezes pelo simples prazer de ir contra o que é certo. Os motociclistas precisam ser responsáveis e serem respeitados, os ciclistas necessitam de espaços exclusivos e quem fiscaliza não pode ser corrupto. É necessário que essa mudança no pensamento do brasileiro venha desde a pré-escola, onde as crianças aprendem que devem parar no vermelho e seguir no verde.

 

Aqueles que usam o carro como uma arma devem ser presos e ter uma punição justa, no entanto isso ainda não está acontecendo. Pela lei brasileira, quem bebe, dirige e mata é indiciado por homicídio culposo (em que não há intenção de matar). Se o irresponsável for réu primário, a pena máxima é quatro anos de prisão, que podem ser convertidos em serviços para a comunidade. Há um projeto de lei que pode mudar isso, mas a petição online para que esse projeto chegue ao congresso precisa de 1 milhão e 300 mil assinaturas. Em quase um ano de campanha, o Não Foi Acidente alcançou, até agora, apenas cerca de 49% do necessário. Veja abaixo quais são as principais mudanças sugeridas pelo projeto de lei e como contribuir:


Geralmente nos engajamos em causas como essa apenas quando temos perdas próximas, mas não precisamos esperar por isso. Vamos mudar de atitude no trânsito, afinal, por mais clichê que essa frase possa parecer, se cada um fizer sua parte, a mudança acontece. Convido vocês a começarem essa mudança assinando a petição do Não Foi Acidente. Termino o texto de hoje com a palavra de Rafael Baltresca, criador da campanha, que perdeu a mãe e a irmã no ano passado, após um irresponsável, que ainda está solto, atropelar as duas.

“O Homem é o único ser do planeta que mata sua própria espécie. Temos que dar um basta nisso. Tantas e tantas mortes acontecem por pessoas embriagadas que, na hora da alegria, da bebedeira, não entregam a chave do carro para um amigo, não voltam de taxi, não colocam a mão na consciência e pensam na consequência. Quando deixamos de lado a possibilidade do acidente, o acidente acabou de começar. Quando você bebe e dirige, o acidente já começou.”

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DEVOLVAM A SELEÇÃO

Acordar cedo, pintar o rosto, preparar o apito, ligar a tv e não desgrudar de nenhum dos 90 minutos jogados em campo. Que saudade de ter essa disposição para assistir aos jogos da SELEÇÃO BRASILEIRA MASCULINA DE FUTEBOL. Saudade de todo o ritual que envolve o dia de jogo do Brasil, da casa cheia e da empolgação de poder ver os craques em campo JOGANDO FUTEBOL. Mas, não vou dizer que é só na era Mano Menezes, porque não é, isso vem de tempo, está faltando...está faltando...está faltando: TUDO NA SELEÇÃO BRASILEIRA!!!


O time não convence, o técnico e sua comissão também não e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) muito menos. Não vamos ser injustos de só culpar Mano Menezes por todos os problemas da seleção. Há muita coisa por baixo desse pano verde e amarelo. Muitos jogos de interesses que estão fazendo do futebol não mais "O futebol", mas sim, um mercado mercenário e sem compromisso nenhum com o esporte favorito dos brasileiros e sobretudo, com a torcida apaixonada que ele tem.

Precisamos que os jogadores e demais profissionais envolvidos com o time tenham orgulho e honrem a camisa canarinho. É necessário resgatar no torcedor brasileiro a expectativa positiva e contagiante de assisitr aos jogos. A confiança do torcedor tem que ser reconquistada passo a passo. Afinal, estamos muito descrentes de até que ponto esse time pode ir. Em 2012, chegamos a ocupar a pior posição da nossa história no ranking de seleções da Fifa, amargamos um 13° lugar.

Nosso país tem futebol, jogadores e profissionais gabaritados. Basta que todos eles estejam reunidos em um mesmo momento e com um só objetivo: A SELEÇÃO BRASILEIRA. Falta um camisa 1 que transmita segurança no gol do Brasil, uma defesa consolidada, um meio de campo articulado, pra frente, e uma referência de confiança no ataque. Vale lembrar que Neymar realmente é um jogador espetacular, mas não joga sozinho, precisa de um bom time ali junto com ele e de um comandante de pulso. O menino da Vila sem dúvida nenhuma é a nossa grande expectativa para 2014, mas ele sozinho não ganha Copa alguma.

Mano Menezes não é um técnico ruim, apenas não tem perfil para comandar uma seleção que disputará o mundial de 2014 em casa. É muita pressão. Ele se encaixa mais no ramo de treinar times mesmo, como foi sua bem sucedida passagem pelo Corinthians. Desde que foi anunciada a demissão de Dunga o nome que sempre veio na minha cabeça, e creio eu que na de muitas outras pessoas, para ser o técnico da seleção era Felipão. Campanhas extensivas tem sido feitas até hoje para que o comandante da seleção que foi pentacampeã em 2002 volte a treinar o Brasil. Realmente, Luiz Felipe Scolari é a cara da Seleção Brasileira, mas acho muito difícil que seu temperamento e forma de trabalho concilie e conviva bem com aqueles que fazem parte da CBF. O que é uma pena.

Meu grande medo é saber que daqui a menos de dois anos estará acontecendo no Brasil o maior evento do futebol, a Copa do Mundo, e a nossa seleção nem de longe é o melhor que  a sua torcida merece. Não queremos passar vergonha. Acho justo pelo menos termos um time aos pés dessa torcida apaixonada. Queremos voltar a sorrir. Queremos a NOSSA SELEÇÃO BRASILEIRA DE VOLTA. Queremos voltar a pintar com orgulho o nosso rosto e quem sabe, poder soltar esse grito em 2014: “ACABOUUUUU, ACABOUUUUUUU...É HEXAAA!!!! É HEXAAA!!!”. Vamos lá Brasil, eu juro que QUERO CONFIAR EM VOCÊ. #RUMOAOHEXACAMPEONATO

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O OUTRO LADO DO FEMINISMO


Cansadas de viver a mesma rotina de cozinhar, lavar, limpar e tomar conta dos filhos, sem poder contribuir de forma objetiva para os avanços sócio-econômicos e culturais da sociedade, as mulheres se rebelaram contra as condições impostas pela sociedade e pela igreja durante gerações. Com isso uniram-se e fundaram o movimento feminista que reivindicava uma democracia parcial, dando-lhes condições ao divórcio, trabalho, educação e principalmente ao voto. A liberação sexual e a entrada no mercado industrial também faziam parte das reclamações.

Mesmo buscando defender a igualdade de direitos entre homens e mulheres em todos os campos, que é lícito e muito justo, o movimento feminista não é só feito de acertos.

Começou prometendo liberdade integral das algemas que mantinham as mulheres aprisionadas ao fogão e indicava que as mulheres deveriam sair de casa para trabalhar, mas hoje cerca de 53% dessas mulheres do mundo ocidental trabalham fora de casa – mesmo quando não querem. Na Grã-Bretanha, por exemplo, duas em cada cinco famílias são chefiadas por uma mulher sozinha que em geral desempenha os papéis de mãe e pai. Elas agora sofrem de estresse e depressão, exatamente como sempre aconteceu com os homens.
As mulheres de hoje estão superatarefadas, estressadas e cada vez mais sozinhas. Estima-se que 25,3% de todas as mulheres do Ocidente serão solteiras estáveis até o final da década, criou-se na mulher um conceito de auto-suficiência, reforçando o pensamento de que a mulher não precisa do homem para nada. Não digam as mulheres que não há problema algum em viver sozinha, por que não é verdade, ninguém nasceu pra viver sozinho, trata-se de uma situação híbrida, em total desacordo com as necessidades humanas e biológicas.

Quero deixar claro que não estou corroborando a ideia de que as mulheres não devem trabalhar, que devem em totalidade retroceder e viver enclausuradas dentro de casa, que são obrigadas a se casarem ou até que o feminismo é a dissolução das famílias e à degradação das mulheres.

O que eu quero dizer é que o feminismo não é perfeito, muito pelo contrário, é falho em alguns pontos. Tornou-se uma ditadura, principalmente a partir da idéia de que por muito tempo, o movimento reivindicou a aprovação dos direitos da mulher, exceto se esse direito for o direito de uma mulher não ser feminista. Conclui-se que assumir uma posição contrária à classe é falar contra as companheiras.

O movimento forçado de saída da mulher do lar para o trabalho chamado de libertação, é de forma subjetiva, um estrangulamento da liberdade de escolha, houve um menosprezo pelas mulheres que desejam ser mãe e dona de casa. A prova disso é que, mais de uma geração de profissionais em todo o mundo tem optado em deixar o sonho da maternidade para mais tarde por diversos motivos e, quando finalmente decidem ter os seus tão sonhados filhos, já é tarde demais, ou por não conseguirem encontrar o parceiro ideal ou por diversos problemas de fertilidade. O feminismo não foi muito honesto com as mulheres, deveria ficar bem claro que em muitos casos, não tem como realizar-se profissionalmente e ainda ter tempo de uma gestação saudável, tendo a mulher muito mais idade que o ideal para ser mãe.
 
Sem contar que os diferentes comportamentos entre os gêneros foram desconsiderados, muitos grupos dentro do movimento passaram a acreditar que homens e mulheres eram iguais, pesquisas científicas feitas nos Estados Unidos no fim de 2010, fundamentadas pelas novas técnicas de ressonância magnética do cérebro, ratificam essas programações diferentes.

Outros pontos a serem lembrados é que em momentos diversos, a ideologia do feminismo incentiva a guerra entre os sexos, lembrando que essa é uma atitude muito perigosa, podendo terminar em briga com os homens. E os princípios vagos sobre independência, fazendo com que muitas mulheres se percam quanto à educação referente à liberdade sexual.

O Feminismo assim como muitos outros antigos debates, é amplamente discutível e está sempre em transformação, porque trata de pessoas. As pessoas mudam o tempo todo, o mesmo deve acontecer com os movimentos que pretendem contribuir para a melhoria da vida dessas pessoas. A marcha feminista deve principalmente encorajar escolhas e ser aberto a decisões individuais .

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

DOSE DIÁRIA DE CAFÉ E INFORMAÇÃO


Acorda, toma banho, se veste e vai tomar o café da manhã. O jornal está na mesa, como todos os dias, e ele lê superficialmente as principais notícias. Crescimento econômico, melhoria na educação, hospital inaugurado, viaturas novas para a polícia. Quantas notícias boas, ele pensa. Satisfeito, termina de se arrumar e vai para o trabalho.

Volta para casa reclamando. Primeiro reclama do trânsito, e lembra-se do aumento do preço da gasolina. Depois comenta sobre a incompetência de um de seus funcionários, que mal sabe escrever, apesar de já ter ensino médio completo. Reclama também da saúde pública e diz que precisou dar socorro à sua secretária, que passava mal, e a levou ao hospital recém-inaugurado. Quando chegaram ao local descobriram que não havia médico algum.

Conta também que encontrou o vizinho no elevador, e que juntos eles reclamaram da violência e do aumento no número de roubos de carro no bairro. O vizinho ainda lhe falou que um dia olhava pela janela do apartamento, quando notou uma atitude suspeita de um indivíduo. Não demorou a perceber que se tratava de mais um roubo. Ligou para a polícia e nenhuma viatura, nem nova, nem velha, apareceu.

Revoltado com todos os acontecimentos do dia, ele busca o jornal pela casa e o encontra perto do sofá. Ele sabe que naquele papel não existem mentiras. Tudo que havia lido pela manhã, realmente tinha acontecido. O problema é que o jornal mostrava apenas um lado dos fatos, apenas o lado bom.

Onde estava a crítica? Onde estava a reflexão sobre os problemas que a sociedade vinha enfrentando? Onde estava a realidade, o outro lado da moeda, a imparcialidade dos fatos? Sentou-se exausto no sofá. E, olhando para o jornal, lembrou-se de sua infância. Desde pequeno se acostumara a ver seu pai lendo um jornal pela manhã. Todos os dias essa cena se repetia. E, para ele, o momento mais emocionante, era quando seu pai fechava o jornal e fazia um comentário. Todos os dias seu pai tinha um comentário a fazer.

E foi com seu pai que ele aprendeu qual era o papel do jornalismo na sociedade. Porque os jornalistas têm um poder em mãos: o poder de informar e formar opiniões. Se o jornal não informa, de que outra forma a população saberá o que se passa na sociedade? E se o jornal mostrar apenas o lado bom dos acontecimentos, de que outro modo as pessoas vão ansiar por mudanças?

Seu pai sempre reclamava quando via notícias sensacionalistas, ou extremamente positivas. Sabia que aquilo estava sendo feito visando apenas um aspecto: o financeiro. Porque à medida que ele foi ficando mais velho, seu pai lhe explicou que as notícias também eram um negócio. “De onde você acha que vem o salário dos jornalistas?”, uma vez ele lhe perguntou.

E todas as vezes que ele se deparava com uma situação como aquela, em que a notícia havia sido feita apenas para vender o jornal, seja para o povo, com notícias sensacionalistas, seja para o atual governo, através de notícias extremamente positivas e favoráveis, ele se lembrava de todas as críticas que seu pai fazia.

Sempre do contra, seu pai não acreditava nos jornais que eram muito favoráveis do governo, nem naqueles que noticiavam apenas o que achavam “que ia vender”. Pois achava que isso comprometia a notícia, e que coisas importantes deixavam de ser noticiadas. Incontáveis foram as vezes que viu seu pai cancelar uma assinatura de jornal e começar a ler o concorrente.

Como sempre, seu pai estava certo. Olhou para o jornal em suas mãos e, ainda revoltado, o jogou no lixo. Decidiu que no dia seguinte iria passar na banca de revistas e compraria o jornal concorrente, seguindo o exemplo de seu pai.

Quando já estava na cama, um pouco antes de dormir, lembrou de uma frase que seu pai sempre gostava de citar em seus momentos de revolta. “Jornalismo é oposição; o resto é armazém de secos e molhados”. A frase era de Millôr Fernandes, mas resumia bem aquilo que seu pai lhe ensinou: se o jornal não faz uma critica, uma reflexão, apenas vende qualquer tipo de notícia, não serve para a dose de informação que ele precisa tomar, todas as manhãs, junto com seu café.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ALERTA VERMELHO


Quando o Campeonato Brasileiro começa, as pessoas podem apontar para, no mínimo, 12 clubes como favoritos ao título. Os quatro grandes do Rio de Janeiro e de São Paulo, mais os dois do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Fora os times nordestinos como Sport, Bahia e os paranaenses do Coritiba e Atlético-PR que já levantaram a taça. Mas, essa doce disputa pode estar com os dias contados devido as disparidades nos valores dos novos contratos com a televisão.

De acordo com o colunista da ESPN Brasil, Paulo Vinícius Coelho,  a Rede Globo sinaliza com um aumento de 70% na renovação dos contratos com os clubes de futebol. Lindo, né? E vai ficar mais lindo ainda. O valor pago ao Corinthians vai pular dos atuais R$ 92 milhões para R$ 152 milhões. E para ficar mais lindo ainda, o Flamengo, que recebe R$ 96 milhões, vai passar a receber a quantia de R$ 156 milhões.

Em termos de valores a beleza continua, porque Vasco da Gama, Palmeiras e São Paulo vão passar a receber R$ 110 milhões. A quantia também é bonita, soa bem aos ouvidos de quem vai ganhar. Mas se pensar friamente nos números, a diferença na folha de pagamento da emissora entre os dois grupos pulará dos 20 milhões de reais atuais para cerca de R$ 40 milhões.

Na Espanha, Barcelona e Real Madrid recebem pelo contrato com a televisão muito mais que os outros times que disputam o campeonato espanhol. E chegou-se ao cúmulo de dizer que os dois gigantes espanhóis disputam um campeonato e o restante briga por outro, por causa da diferença abissal das arrecadações dos times. É cada vez mais raro ver um Valência levantar a taça de campeão espanhol ou Sevilla ou até mesmo o Atlético de Madrid.

As somas ficaram bonitas. Deu poder econômico aos clubes contratar um Ronaldinho Gaúcho, trazer um Seedorf, um Forlán, manter um Neymar e recusar ofertas por Lucas até se chegar aos 43 milhões de euros. Mas ao longo do tempo, se o Corinthians mantiver sua toada de organização, usando bem os recursos e o Flamengo parar de rasgar dinheiro, as coisas vão começar a ficar parecidas com a Espanha.

O brilho do Campeonato Brasileiro é a gangorra dos times, de todos estarem num nível parecido. A graça é ver um time abrir nove pontos em relação ao segundo colocado no primeiro turno, perder o título para o outro que estava a 11, 12 pontos atrás. E não ficar contando as migalhas para comemorar um terceiro lugar. Será que um torcedor do Atlético de Madrid faz gozação com um barcelonista? Aqui, o Palmeiras tá virando motivo de piada por causa das possibilidades de rebaixamento...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

CURIOSIDADE INTRIGANTE


No último texto aqui no blog, falei um pouco sobre as constantes mudanças que o homem vive. Não quero parecer incoerente, como quem teme essa mudança, mas me intriga demais a NASA ter enviado uma sonda de 2,5 bilhões de dólares até Marte para, dentre outras coisas, preparar o terreno de futuras missões tripuladas até o planeta vermelho. Me parece inexplicável tamanho investimento e empenho em algo que, aparentemente, pouco pode acrescentar a humanidade. Tão grande foi o oba-oba midiático pelo grande feito que foi colocar a Curiosity (sim, esse é o nome da sonda) em Marte, que não houve reflexão alguma sobre a necessidade de existir essa missão.

Assisti algumas reportagens sobre a Curiosity, e em algumas delas, um dos argumentos citados para justificar a missão, é verificar se há ou se houve água em Marte. Ora, a superfície de nosso planeta não é composta de 70% de água? Não entendo, qual a necessidade de descobrir se Marte tem algo que nós já temos em abundância. Falam também, em verificar se existem condições para o ser humano viver lá. Será que estamos começando a pensar num plano B para quando tivermos esgotado com todos os recursos de nosso planeta?

Por que não há o mesmo empenho em cuidar do nosso planeta? Em proteger a fauna e a flora, criar e democratizar combustíveis sustentáveis, reduzir a poluição, criar meios eficientes de reciclagem e educar desde cedo as pessoas a cuidarem do planeta? A resposta está no interesse. Colocando de lado os argumentos pouco convincentes, certamente alguém lucra ou lucrará com a Curiosity e com o que vier em seguida. Não há o mesmo interesse em cuidar de um planeta consumista, que apesar de esgotar os recursos naturais, gera lucro para muita gente.

Existe um filme de ficção cientifica que certamente seria o fiel retrato do ser humano caso encontrassem algo especial em outro planeta. No filme Avatar, o homem mostra ser capaz de tudo para conseguir o que quer, e de ficção isso não tem nada. Aliás, a ida do homem a Marte - caso os argumentos que considero fracos de fato sejam um pretexto - é quase uma reprise da história da descoberta do novo mundo (continente americano), a diferença é que dessa vez chegamos numa caravela high-tech e não tem nenhum índio ou ET para oferecermos espelhos.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

#SELIGAJOVEM


Fugir de comparações. Esse será o meu objetivo. Ou pelo menos tentarei. Não quero ficar discutindo semelhanças e diferenças de jovens da época dos caras pintadas com os atuais. Muito pelo contrário, vou expressar o que talvez não seja uma opinião só minha. Por que será que dizem que os jovens não se interessam por política? Possivelmente pelo simples fato de não a conhecer.

Ninguém se preocupa em desde muito cedo ensinar aos mais novos o que é a política, o que acontece nela ou como agir e lidar com os assuntos que fazem parte desse ‘mundo’. Apenas querem que, literalmente do nada, surja uma consciência sem o mínimo de ideais.

Sim, para mim um posicionamento político precisa de ideais. Eles estão ligados diretamente à ética pela sua tendência de determinar o grau de quão verdadeiras e sinceras as pessoas podem ser. E convenhamos, pelo menos na teoria, ética deveria ser uma palavra de ordem na política.

Mas, como não há tempo a perder e o momento de escolher quem representará o município em que cada um vivemos se aproxima, gostaria de falar em um papo direto e sem muitas frescuras com os jovens. Eles, que assim como eu, uma estudante de 19 anos, têm o papel de escolher pessoas que durante quatro anos terão a função de buscar fazer o melhor pelo povo de sua terra.

Eleição é coisa séria. Não é hora de se vender. Somos os jovens da era da internet, então por que não usá-la como ferramenta de difusão de ideias e conscientização política? Vamos viver de acordo com o nosso tempo. O grande dia está próximo. Sete de outubro é logo ali. São centenas de opções. Milhares de promessas. É hora de dedicar um pouco do nosso tempo para escolher de forma sensata e cívica os representantes dos nossos municípios.

Acorda, jovem! Se liga, eleitor! Uma eleição significa o reflexo dos quatro anos seguintes. São muitas coisas em jogo. Não é momento de marcar bobeira. É chegada a hora de vestir a camisa e ser sério. Entrar em campo e partir pra cima. É o momento de ser um eleitor consciente com as suas escolhas. É hora de vislumbrar o futuro e pensar em uma sociedade cada vez melhor.

Que o espírito de independência desse 7 de Setembro nos faça buscar o nosso próprio entendimento de política, para que não nos decepcionemos com as nossas escolhas futuramente. Que o grito de liberdade ecoe e nos dê a impulsão de procurar e estudar as propostas dos candidatos à espera do nosso voto. Não desperdicemos esse nosso exercício de democracia.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

POLÍTICA SE DISCUTE SIM!



Em mais uma manhã, depois de esperar impacientemente por mais de uma hora no ponto, embarquei no mesmo ônibus, que me leva todos os dias de casa até a faculdade. Dentro do transporte, ouvi uma breve discussão entre dois jovens sobre em quem cada um votaria pra prefeito no próximo mês. O que mais me deixou perplexo naquela conversa foi o que um deles falou antes de desembarcar: “é melhor encerrar o assunto, política não se discute.” Ao ouvir aquilo, encontrei o tema para o meu texto, mas confesso que estourei minha cota diária de paciência logo no inicio do dia. Como assim não se discute política?           

A política está presente na nossa rotina muito mais do que pensamos. Um bom exemplo é o trabalhador assalariado que no inicio do mês, depois de receber a sua remuneração, vai de mercado em mercado, fazendo pesquisa de preço para comprar o produto mais em conta sem perda de qualidade. Ele está muito mais do que poupando, está discutindo política, da forma mais natural. Esse conceito passa também pela arte de saber poupar, administrar, procurar o que nos seja melhor rentavelmente.                                                                                     

De cara você pode até questionar a relação entre pesquisar um produto mais barato e a política, mas acredite, tem tudo a ver. Assim como pechinchamos na quitanda, ou pesquisamos aquele material de limpeza mais barato, temos condições de pesquisar os políticos  mais em conta para os nossos bolsos ao final de quatro anos.

Define-se a política como a arte de governar, o uso do poder em defesa de ações sociais. Já que ela é tão fundamental à vida social, então é importante essa discussão, debatendo, estamos contestando as ações de quem nos representa, aprendemos a reivindicar nossos direitos. Discutir política é mais do que necessário, a troca de idéias faz a população ficar vigilante em relação às ameaças que surgem a cada nova eleição. Por uma sociedade sadia, é fundamental que estejamos prontos para debater sobre a importância da reflexão política. É a formula para se evitar que espertalhões e irresponsáveis cheguem ao poder.

Uma prova disso é que, segundo o BAD, Banco Africano de Desenvolvimento, 03 dos 30 países no mundo que mais melhoraram em termos de governo econômico nos ultimas anos, foram do continente africano, Ruanda, Cabo Verde e Zâmbia. Não por coincidência, em todo o continente, foram os que mais investiram em educação política.

Já que muitos entendem que esse é um assunto que não se discute, o nosso país terá que tolerar escândalos como o mensalão e acompanhar a abertura quase que mensal de novas CPIs, impedindo que os louros do titulo de sexta economia do mundo, cheguem a população.                                                                
                                                                       
Por mais que a política desperte instintos quase primitivos durante uma conversa, esse debate vale a pena, a discussão causa uma investigação da verdade. É vital pensar e agir politicamente, participar e debater, pois quem não gosta do tema é dominado por quem gosta. Através de um amplo debate e educação, empreende-se a construção de um país bem melhor para todos.