terça-feira, 20 de novembro de 2012

BELÍSSIMO TRIUNFO!



Há uns três ou quatro anos atrás, num sábado de sol, estava eu na casa de um amigo em Arembepe. No momento em que a galera entrou lá dentro da casa, para fazer não sei o que lá dentro, fiquei no quiosque ouvindo o som que estava tocando. Era algum show de Bob Marley. De repente a música acabou e ficou o barulho das pessoas, quando ele, por duas vezes, tocou apenas as notas iniciais da canção. Só pra avisar o que estava por vir. E começou “Old pirates, yes, they rob I / Sold I to the merchant ships”( Velhos piratas, sim, eles me roubaram; Me venderam para navios mercantes). Fiquei viajando na letra.


A raça negra foi arrancada de sua terra, do seu berço para serem escravizados pelos brancos europeus, que dominavam o mundo. Da África foram distribuídos nas colônias européias nas Américas, onde comeram o pão que o diabo amassou e ainda comem. Menos, mas muitos ainda comem. Por causa de um preconceito ignorante da sociedade européia, os negros passaram a ser rejeitados.

“Emancipate yourselves from mental slavery / None but ourselves can free our minds” (Liberte-se da escravidão mental ninguém além de você pode libertar sua mente), depois de muita luta, muitas fugas das fazendas, muito sangue derramado, conseguiram a libertação, com a abolição da escravatura. Mas e aí, como é que elas ficam sem apoio? Deram a liberdade, mas mantiveram eles aprisionados sem oportunidade, sem nenhum preparo para ascender na vida social. Mas os caras foram lá, batalharam. Os tataravós, bisavós procuraram sobreviver, mas sem deixar de lado o crescimento, o sentimento da revolução pacífica.

“We forward in this generation / Triumphantly” (Nós avançamos nessa geração triunfantemente), cantou Bob Marley. A batalha das gerações seguintes não foi para sobreviver e sim evoluir. A escravidão deixou muitas seqüelas. Bastante. Foi difícil para a raça negra se levantar. Ao ouvir a música e viajar nisso tudo, lembrei da frase com a qual o dono da casa colocou no MSN no dia em que saiu o resultado das eleições americanas de 2008. “Viva Obama”.

É, os caras brocaram. Correram atrás do tempo perdido, romperam diversas e enormes barreiras, sem usar armas bélicas, sem derramar sangue e, principalmente, sem subjugar ninguém. Chegaram ao poder da maior potência do planeta. É um grande exemplo de jamais perder as esperanças. Os séculos podem passar, mas a vitória vai chegar. Belíssimo triunfo! 




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