quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVI


O adeus de Joseph Alois Ratzinger - o Papa Bento XVI - em um helicóptero, às 13 horas (horário de Brasília) de 28 de fevereiro de 2013, foi um marco na história da Igreja Católica, principalmente por ser um acontecimento raro. Aos olhos dos fiéis ficou a singularidade da imagem do Papa, vestido de branco e calçando sapatos vermelhos - cores que representam pureza e caridade - que abandonou o centro da cristandade e o Trono de Pedro em sinal de humildade, Bento XVI lembrou que além de chefe da Igreja Católica, o Papa é o representante do Cristo Jesus na terra e como o desgaste físico e espiritual o impediria de continuar exercendo funções básicas do cargo, decidiu renunciar. 

Foto: Agência AFP
Quando eu soube que o Papa Bento XVI renunciaria ao seu pontificado, unicamente em submissão aos fiéis, confesso que estranhei a desistência da missão e logo lembrei de um dito popular que fala mais ou menos assim: “Poder não se entrega, se perde”. E foi realmente o que aconteceu. Bento XVI se perdeu durante o seu Papado, foi um ilustre e notável teólogo, um intelectual apurado e um professor aplicado, porém um Papa frustrado.

O pior de tudo isso, é que ele será tachado, de forma partidária, como o Papa onde os pedófilos, as disputas de poder e os casos de mau uso de verbas espalharam-se no Vaticano. Além de um relatório com cerca de 300 páginas sobre o vazamento de documentos oficiais, batizado de “VatiLeaks”, revelando um sistema de “chantagens” internas fundamentadas em fraquezas sexuais e ambições pessoais no clero.

Entrará na história também como o Papa, que censurou pesadamente a doutrina teológica da Libertação, segundo seus acusadores, e não à luz das práticas pastorais e libertadoras de bispos, padres, teólogos, religiosos e leigos que batalharam contra a pobreza e a favor da vida e da liberdade. Faltaram-lhe os dons espirituais extraordinários, que, de acordo com a religião católica, podem ser concedidos pelo Espírito Santo a grupos ou a indivíduos, em favor do bem comum da igreja cristã. Além de um conjunto de qualidades de liderança política, tidas como excepcionais ou sobrenaturais. 

Foto: Agência AFP
Bento XVI renunciou com elegância, a mesma elegância que caracterizou o apóstolo Pedro, de quem o Papa sentia-se o sucessor. Só que faltou-lhe a mesma coragem, sabedoria, liderança, maturidade e principalmente o poder de edificação do profeta que tanto lhe inspirou, para manter-se firme, na exatidão de propagar a mensagem do evangelho e determinar os rumos da Igreja Católica, em um momento no qual a religião se vê frente as mudanças na sociedade mundial.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A PRESSA É INIMIGA DA APURAÇÃO


A pessoa entra em seu perfil em uma rede social e na página de atualizações encontra diversos compartilhamentos de pessoas chocadas com uma informação que acabara de ser divulgada. De acordo com os amigos on-line, um bebê havia sido sequestrado por dois homens em uma motocicleta, durante um congestionamento em Salvador, na noite de terça-feira (26).

Publicada inicialmente no Instagram, a notícia correu as demais redes sociais, como Facebook e Twitter, até chegar a um site que abrange notícias de todo o estado da Bahia. O primeiro e, até então, único site a trazer informações sobre o assunto, contava que testemunhas presentes no congestionamento presenciaram a ação dos bandidos que “arrancaram a criança de dentro do carro”, “fugiram com o bebê no braço do carona da moto” e que “a mulher que dizia ser mãe da criança saiu do carro e pediu socorro aos motoristas que transitavam pela via”.

Sites de jornais importantes, como o “Correio”, perderam a chance de divulgar a notícia com rapidez, e, no entanto, puderam divulgar a notícia correta. De fato, dois homens em uma motocicleta haviam retirado a criança de um carro e saído rapidamente. Assim como, a mãe da criança havia pedido socorro aos demais veículos. Entretanto, não se tratava de um sequestro, e sim de um resgate.

A matéria do “Correio” esclareceu a situação ao trazer o depoimento de outra testemunha, que viu quando a mãe do bebê pediu socorro para seu filho que estava passando mal. Como o trânsito estava congestionado, a solução encontrada foi entregar a criança ao motociclista que a levou para um hospital próximo ao local.

Esse caso, que aconteceu na noite de terça (26) e foi esclarecido nesta quarta (27), é um exemplo claro da importância da apuração no jornalismo. Se o “Correio” tivesse publicado a informação sem ter apurado o fato, sem dúvida ela chegaria ao alcance de mais pessoas, que ficariam abismadas com tal situação. Segundo o Aurélio, apurar significa “saber ao certo; averiguar”. E um dos princípios do jornalismo é publicar a realidade vivida pelos cidadãos e deixá-los informados sobre o que acontece na sociedade.

O problema é que, na busca pela notícia inédita, os veículos de comunicação, principalmente sites de notícias, costumam só apurar melhor a matéria após esta ter sido publicada. No intuito de não deixar passar a oportunidade de serem os primeiros a publicarem, os sites acabam divulgando fatos distorcidos, como no caso do resgate do bebê.

O site que foi o primeiro a divulgar, publicou a notícia correta no dia seguinte, mas a informação já tinha sido visualizada e comentada por diversas pessoas. Apenas na página do Facebook do mesmo, 73 pessoas já haviam compartilhado a notícia, acreditando na veracidade dela.

Erros acontecem, mas se a apuração continuar desta forma, com a pressa seguindo em primeiro lugar, à frente da averiguação, a saúde do jornalismo não andará nada bem. O bebê, por sua vez, foi transferido para outro hospital, mas seu estado de saúde e o motivo do atendimento não foram divulgados. Melhor não divulgar do que publicar uma realidade distorcida.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

SÓ ACREDITANDO EM PAPAI NOEL PARA APOSTAR EM ADRIANO


O telejornal esportivo Globo Esporte deu a notícia de que o Vitória estaria negociando com o jogador Adriano, ex-Flamengo, ex- Inter de Milão, ex-Corinthans... Ou seria melhor chamá-lo logo de ex-jogador? O que esperam os dirigentes do rubro-negro baiano entregando um contrato para Adriano assinar? Perder dinheiro?

O telejornal esportivo Globo Esporte deu a notícia de que o Vitória está negociando com o jogador Adriano, ex-Flamengo, ex-Inter de Milão, ex-Corinthans... Ou seria melhor chamá-lo logo de ex-jogador? O que esperam os dirigentes do rubro-negro baiano entregando um contrato para Adriano assinar? Perder dinheiro?

Nos últimos três clubes que passou, Roma, Corinthians e Flamengo, Adriano mal entrou em campo. É bem verdade que uma sequência de lesões atrapalhou o craque, mas o problema dele não foi só esse. Alguns jornalistas da imprensa do eixo Rio-São Paulo, entre eles gente gabaritada e de grande reconhecimento profissional, garantem que o Imperador sofre de alcoolismo. E a origem dos problemas pessoais e psicológicos de Adriano são atribuídas a morte do pai dele, Almir Leite Ribeiro, em agosto de 2004.

Tudo bem que é sempre muito complicado perder um ente querido dessa magnitude como pai e mãe, tão cedo, mas a vida segue. Quantas pessoas sofreram essa perda, muitos inclusive mais cedo do que Adriano, mas nunca desistiram de lutar pela vida? O meu próprio pai é um desses exemplos. Ele perdeu a mãe quando tinha apenas 10 anos de idade. Ele vivia em Ibirataia, interior da Bahia, mas mesmo após essa perda, ele meteu a cara nos livros estudou e atualmente vive como uma diretor aposentado da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Sem medo de errar, posso afirmar que meu pai não teve um terço das grandes oportunidades que Adriano teve na vida, mas mesmo assim o meu velho não se afundou na bebida e nem desistiu de lutar por dias melhores.

Quando jogava na Inter de Milão, Adriano criou problemas na Itália e o São Paulo abriu as portas para recuperá-lo. Ele fez ótimas partidas com a camisa do tricolor paulista, mas continuou se metendo em confusões. Voltou para a terra da Bota e seguiu sua rotina de inconsequências. Depois quebrou o contrato milionário com a Inter de Milão. Voltou para o Brasil e posteriormente assinou com o Flamengo, onde conquistou um título nacional com o rubro-negro carioca. Depois disso, ele ainda voltou para a Itália, onde vestiu a camisa da Roma na apresentação e nas pouquíssimas partidas que disputou pelo clube. A rescisão de contrato com o time romano se deu depois que ele não retornou ao clube na data marcada. Naquela ocasião, o atacante estava fazendo tratamento de uma lesão no ombro no Brasil, mas no dia que devia estar na capital italiana, ele foi flagrado numa blitz de lei seca no Rio de Janeiro, onde se recusou a fazer teste de bafômetro.

Depois desta nova chance europeia, foi a vez do Corinthians esticar a mão para Adriano. Muitas lesões, excesso de gordura, faltas as sessões de fisioterapias e inúmeras desculpas marcaram a passagem dele pelo clube da segunda maior torcida do Brasil. Porém outro fato também marcou o atacante. O gol m arcado contra o Atlético-MG no último minuto, praticamente assegurou o título brasileiro ao alvinegro paulista. Adriano foi incensado, mas não voltou mais a atuar e nem vestir a camisa do clube. Dispensado do campeão brasileiro, Adriano recebeu a gratidão do Flamengo, que lhe acolheu mais uma vez. Só que nesta terceira passagem pelo clube carioca, o Imperador não conseguiu entrar em campo, até desistir de voltar aos gramados.

Os rumores agora colocam o Vitória como a bola da vez das oportunidades dada para o ex-jogador voltar a atuar no futebol. O diretor de futebol do clube, Raimundo Queiroz negou que as negociações estejam correndo.Porém ele admitiu que o presidente Alexi Portela está no Rio de Janeiro. O que ele estaria fazendo na cidade Maravilhosa, o Queiroz não diz e completa avisando de que ele não está sabendo de nada. No mundo do futebol, onde há fogo há fumaça. No mês passado, Adriani Galliani, executivo de outro rubro-negro, o Milan da Itália, afirmou que não existia a possibilidade de Balotelli jogar em Sansiro. Dias depois, o atacante vestiu a camisa do clube na sua apresentação.


Essa possível negociação com o imperador demonstra claramente o nível amador em que se encontra o futebol baiano. É difícil acreditar que depois das passagens pelo Corinthians e pelo Flamengo alguém ainda veja Adriano como uma grande contratação e esperança de gols. Só acreditando em Papai Noel para apostar nesse retorno.




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

ESPECIAL OSCAR 2013: A HISTÓRIA É ESCRITA PELA 85ª VEZ


Aconteceu na noite desse domingo, 24 de fevereiro, a mais apoteótica noite do cinema mundial. Ela novamente trouxe consigo toda sua grandiosidade, iniciada, como sempre, desde os luxuosos desfiles das atrizes no tapete vermelho. Já no palco do Dolby Theater, a cerimônia começou tímida, com as piadas sem graça de Seth MacFarlane, que logo viriam a ser criticadas por um James Kirk, de 'Star Trek', vindo do futuro, contando que Seth se tornaria o pior apresentador da história do Oscar, se não mudasse o rumo da cerimônia. 

Aos poucos esse rumo começou a mudar, e a cerimônia ia ficando interessante. Se na premiação não houveram muitas surpresas, no palco teve o ursinho Ted anunciando vencedor, estudantes de cinema entregando estatuetas, a melhor atriz caindo, caretas de Sandra Bullock e até um empate, algo que ninguém lembrava ser possível. A música também animou a noite com boas apresentações, como Adele, cantando o tema de ‘007 - Operação Skyfall’, e também dos elencos dos musicais ‘Os Miseráveis’ e ‘Chicago’. Mas a grande surpresa da cerimônia foi no anúncio do melhor filme, com a participação, no mínimo inusitada, da primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, ao vivo em vídeo direto da Casa Branca.


A PREMIAÇÃO

Nesse ano nenhum filme obteve destaque suficiente para receber um grande número de estatuetas. O grande vencedor da noite foi ‘As Aventuras de Pi’, que levou quatro Oscars, sendo seguido por ‘Argo’ e ‘Os Miseráveis’ com três. Já Lincoln, que havia sido indicado a 12 categorias, foi premiado duas vezes.

O Oscar sempre reúne grandes filmes, excelentes atuações, e alguns prêmios sempre dividem opiniões. O fato é que o voto é dado por um grupo de pessoas que tem um gosto, e que historicamente já deixou de premiar grandes filmes, como ‘O Grande Ditador’, de Charlie Chaplin, Star-Wars, A Cor Púrpura, e mais recentemente, Avatar. Isso também acontece outros prêmios, como melhor ator/atriz, por exemplo.

Talvez o maior injustiçado da história do Oscar,
Charlie Chaplin, só recebeu duas estatuetas, em
1929 um Oscar Honorário pela versatilidade em
'The Circus', e em 1972, pelo conjunto da obra. 
No entanto, vale resaltar que maior que o Oscar, é o tempo, que marca os verdadeiros grandes filmes na história. Para nós, concordando ou não com os vencedores, fica o fato de que, o Oscar proporciona na lista dos indicados, grandes obras, onde certamente várias delas vão agradar o nosso gosto. Se nossos favoritos não ganham, o jeito é respeitar a democracia e seguir em frente, pois a história reconhecerá os grandes.

Sabendo disso, vamos conhecer os vencedores e os indicados de todas as categorias:







O cinema como a solução de uma crise real. Argo aborda o plano da CIA para resgatar diplomatas americanos, que fugiram da invasão da embaixada americana no Irã. Sem qualquer possibilidade de sobreviverem, tentando sair como americanos, Tony Mendez, interpretado por Ben Affleck - que também produziu e dirigiu o filme – inventa, com a ajuda de pessoas da indústria cinematográfica, um falso filme de ficção científica chamado Argo. Sua ideia era transformar os diplomatas em produtores de um filme canadense, que está buscando locais para filmagem. A partir daí, o suspense de se conseguir fugir ou não toma conta do filme.

Ben Affleck e equipe de Argo 
agradecem a premiação.
Foto: Mario Anzuoni/Reuters 
Ao receber o prêmio, Ben Aflleck parabenizou todos os finalistas e homenageou a coragem de Tony Mendez, homem que realizou na realidade o que ele fez no cinema. Se referiu também ao Oscar de Melhor Roteiro Original,  recebido por Matt Damon e ele em 1998, por ‘Gênio Indomável’: "Quinze anos atrás eu estava aqui diante de vocês e era uma criança. Não pensei que fosse voltar. E hoje estou aqui novamente"

Os concorrentes a melhor filme foram:  Argo,  Amor,  Lincoln, Django Livre, Os Miseráveis, As Aventuras de Pi,  A Hora Mais Escura,  O Lado Bom da Vida e Indomável Sonhadora. 






“And the Oscars goes to... Ang Lee!”. 


Ang Lee fala ao receber o Oscar.
Foto: Agência AFP

Provavelmente essa frase tenha sido a grande surpresa da noite do Oscar, o favorito era Steven Spielberg, por Lincoln. Mas, não foi qualquer um que derrubou Spilberg e um grande presidente da história dos Estados Unidos. O taiwanês Ang Lee, que dirigiu ‘As Aventuras de Pi’, já é conhecido da Academia. Em 2001, ele ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com ‘O Tigre e o Dragão’ e em 2006, já havia vencido melhor diretor com ‘O Segredo de Brokeback Mountain’.

Felicíssimo por ganhar com a história do garoto indiano, que naufraga e aprende a conviver com um tigre, ele fez um discurso repleto de agradecimentos: “Realmente tenho que compartilhar isso com as três mil pessoas que trabalharam comigo em As Aventuras de Pi." Ang Lee ainda concluiu dizendo, “Essa estatueta está no meu coração!”. 

Também concorreram nessa categoria: Steven Spielberg (Lincoln),  Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora),  David O. Russell (O Lado Bom da Vida) e  Michael Haneke (Amor).





Uma grande atuação para um grande ícone da história: Daniel Day-Lewis incorporou Abraham Lincoln tão bem, que até mesmo quem assistiu ao filme com a intenção de ir pensando qual dos atores era o favorito, simplesmente se desligou. A sua afeição, a fala calma em alguns momentos e a postura determinada do líder americano, sem dúvida retratam com louvor o que se conhece de Lincoln, que governou os Estados Unidos durante a Guerra de Secessão e foi o presidente responsável pela abolição da escravidão, principal foco do filme.


Emocionado, Daniel Day-Lewis 
recebeu o Oscar de Meryl Streep.
FOTO: Chris Pizzello/Associated Press

Momentos antes da premiação, ainda no tapete vermelho, Daniel se referiu a seu personagem: “Não importa quem descubra esse homem, uma vez que nós o descobrimos, esse personagem fica com a gente para sempre”.

Ao receber o Oscar de melhor ator pela 3ª vez (Meu pé esquerdo em 1990 e em 2008, Sangue Negro), emocionado ele disse: “Eu não sei como isso aconteceu comigo, eu sei que já recebi muito mais que mereço”. Após alguns agradecimentos, ele agradeceu também a “mente maravilhosa de Abram Lincoln”.

Também concorreram nessa categoria: Denzel Washington (O Voo), Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida), Hugh Jackman (Os Miseráveis) e Joaquin Phoenix (O Mestre).




Essa sem dúvida foi a categoria mais imprevisível, e Jeniffer Lawrence levou. Tiffany , sua personagem em ‘O Lado Bom da Vida’, é uma moça de personalidade forte e que tinha recentemente perdido o marido. Ela conhece Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) , um homem que visa superar os problemas de seu passado recente e até reconquistar a ex-esposa, de quem não pode se aproximar, por conta de uma ordem judicial. Tiffany, que serve como uma ponte entre os dois, repassando cartas, se apaixona por Pat, e então a história vai se desenrolando.

Essa foi a decisão da academia mais contestada pelos críticos, uma vez que concorriam Emmanuelle Riva, 86, que de forma brilhante interpretou uma senhora que sofre um derrame, em 'Amor', e Quvenzhané Wallis, uma menina prodígio que gravou 'Indomável Sonhadora' com apenas seis anos, e também atuou de forma extraordinária. Pessoalmente, acredito que a história irá lembrar delas no futuro.


Jennifer Lawrence: Tropeçou, se recompôs,
 brincou com a própria queda e levou para casa 
o Oscar de Melhor Atriz.
FOTOS: 
Robyn Beck/AFP
Voltando a Jeniffer Lawrence, ao se dirigir ao palco, ela tropeçou, mas rapidamente levantou e disse: “Vocês estão em pé porque se sentem mal por eu ter caído. É muito constrangedor!”. Em seguida falou: "Obrigada pelas demais atrizes da categoria, que foram magníficas e inspiradoras. Obrigado aqueles que fizeram dessa experiência algo incrível. Obrigado a minha equipe, Bradley Cooper e todo o elenco. Obrigada."

Também concorreram nessa categoria: Jessica Chastain (A Hora Mais Escura),  Naomi Watts (O Impossível),  Emmanuelle Riva (Amor) e Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora).




Quando Octavia Spencer anunciou Christoph Waltz, de Django Livre, como um dos indicados da noite, ele estava com uma afeição tímida, ao contrário de seu personagem: Dr. Schultz, um despachado dentista que abandona a profissão para ser um caçador de recompensas. Ele ajuda Django (Jamie Foxx) na busca por recuperar sua mulher, comprada por Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Ao receber seu prêmio, Schultz e Christoph se uniram, quando ele citou seu personagem: "Você subiu a montanha porque você não tem medo, você matou o dragão porque não tem medo, você cruzou o fogo porque valia a pena".

Ator austríaco Christoph Waltz, recebe pela segunda
vez o prêmio de melhor ator coadjuvante.
FOTO: 
Robyn Beck/AFP
Ele também já havia vencido o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2011, com o Coronel Hans Landa de Bastardos Inglórios, também dirigido por Quentin Tarantino, que foi homenageado em seu discurso.

Também concorreram nessa categoria: Tommy Lee Jones (Lincoln), Alan Arkin (Argo),  Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) e Philip Seymour Hoffman (O Mestre).





O Oscar de Anne Hathaway era o mais previsível de todos, graças a sua majestosa atuação no musical ‘Os Miseráveis’, onde ela cantou sem dublagem, “I Dreamed A Dream”. No filme ela interpreta Fantine, uma personagem que é abandonada pelo namorado, grávida de sua filha Cosette. No filme, Anne Hathaway também tem seu cabelo cortado.

A maior favorita da noite,
 Anne Hathaway ganhou o Oscar de
Melhor  Atriz Coadjuvante.
FOTO: Getty Images
Ao receber o prêmio ela dedicou ao marido e disse: É um sonho que se tornou realidade, obrigada por ter sido indicada com pessoas tão inspiradoras. Tenho que agradecer a Hugh Jackman, ao elenco, à equipe. “Espero que a tristeza e os problemas de Fantine fiquem apenas na ficção".

Nessa categoria também concorreram: Sally Field (Lincoln),  Helen Hunt (As Sessões), Jacki Weaver (O Lado Bom da Vida) e  Amy Adams (O Mestre).



Confira também os vencedores de outras dezoito categorias e sinta-se a vontade para comentar sobre a premiação no final dessa publicação.





quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

OS “JORNALISTAS” DAS REDES SOCIAIS

Há alguns dias atrás, decidi visitar a minha mãe na escola onde ela trabalha, mas ela tinha saído para almoçar. Enquanto aguardava ela voltar, fiquei conversando com a secretária, uma senhora bem distinta, tão distinta que digitava com os dedos corretos sem olhar para o teclado. Durante o nosso papo ela me confessou que, enquanto jovem, tinha feito os cursos de datilografia e taquigrafia. Taquigrafia é a arte de escrever sobre qualquer coisa tão depressa como se falasse por meio de sinais e abreviaturas. Muito chateada, ela afirmou parecer que os jovens de hoje ainda fazem esse tipo de curso e praticam nas redes sociais, se achando jornalistas. Descobri depois que aquela senhora era uma jornalista aposentada.

Isso realmente tem ocorrido com frequência, mas nem sempre é um problema como deu a entender a minha mais nova amiga. É só lembrar da primavera árabe, quando ditadores foram destituídos do poder depois de décadas, isso ocorreu porque as pessoas, os jovens na maioria, conseguiram através das redes sociais, enviar notícias, fotografias e vídeos descrevendo a mísera situação em que viviam.

Mesmo não sendo adepto da publicação de fotos pessoais na internet, informando aos bandidos que já podem assaltar a minha casa, porque não estou lá, ou que podem me sequestrar na saída da Universidade, participo profissionalmente, e fico admirado com a força de comunicação das redes sociais, onde todos têm o direito, sem o dever, de falar o que bem entendem, ainda que seja um inocente “#partiu”.

Um bom exemplo da força dessa comunicação, aconteceu no dia 29 de setembro de 2012, quando chovia bastante e tinha faltado luz na minha casa durante quase todo o dia. Como não tinha muito o que fazer, acessei a minha conta do Facebook pelo meu celular e recebi, através de um amigo, a notícia da morte de Hebe Camargo. Depois acessei os sites de alguns jornais de credibilidade e descobri o horário, local e o motivo da morte da apresentadora. Se não fosse pela informação postada no Facebook, com certeza eu demoraria mais tempo pra saber o que tinha acontecido com a Hebe.

Preocupados com o aumento do uso dessas ferramentas e com o seu impacto na cobertura jornalística, os profissionais da área passaram a cada vez mais debater a realidade de que as pessoas muitas vezes são informadas do que acontece no mundo por meio das redes sociais. Alguns até afirmam que as redes sociais se tornaram geradoras de notícias, mas eu acredito que as redes sociais se tornaram geradoras de informações. Digo mais, sempre haverá espaço para o bom e velho jornalismo. Mesmo que as pessoas informem o que está acontecendo através de suas contas no Facebook ou Twitter, isso ainda não é jornalismo. Jornalismo requer apuração, contexto, esclarecimento, estudo, organização e critério que permitam opiniões pautadas em fatos incontestáveis. Não há motivo para tanta preocupação.

Especialistas que desenvolvem estratégias digitais indicam que hoje em dia, o leitor moderno, o internauta, quer saber por onde anda e o que faz quem escreve os textos que ele lê. Portanto, para contribuir com o esclarecimento do momento, informo que ao escrever esse texto, também estou assistindo ao “Altas Horas”, vestido em um short preto e com o meu notebook CCE info no colo. Ah, antes que eu esqueça: #partiu. 


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

UM POUCO DO SEU SANGUE, MAIS TEMPO DE UMA VIDA



Em um dos meus textos postados aqui no Opinião Pro Mundo, “Vida após a morte”, eu falei sobre a importância de doar órgãos, do ponto de vista de uma personagem fictícia. Hoje eu vou tratar de um tema parecido, só que baseado na experiência que eu vivenciei nesta terça-feira (19).

Desde pequena eu sempre tive vontade de doar sangue. Acredito que alguns dos fatos ocorridos na minha família tenham influenciado esse meu interesse. Uma das minhas primas possuía sérios problemas de saúde e estava sempre precisando realizar cirurgias. Desse modo, eu convivi com diversas campanhas, promovidas por meu pai, pedindo que amigos e colegas de trabalho doassem sangue para ajudar minha prima.

Ela, infelizmente, não se encontra mais entre nós. Mas, se não fossem as doações, dificilmente ela teria participado e se divertido tanto em sua formatura, do curso de Psicologia, que ela concluiu após muita dedicação. Por isso, sempre tive vontade de doar sangue, doar vida. E finalmente pude realizar este desejo.

Uma amiga e eu aproveitamos a presença do Hemóvel (unidade móvel do Hemoba), que estava no estacionamento da faculdade na terça-feira (19), e fizemos nossa doação. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 1% da população corresponde a doadores de sangue na Bahia. Marília e eu agora fazemos parte desse dado, mas o ideal seria que, no mínimo, 3% da população doasse sangue voluntariamente.

O problema é que a maioria das pessoas tem receio de realizar esse ato. Acredito que a principal preocupação seja com relação à transmissão de doenças. No entanto, as chances para que isso aconteça representam um percentual irrelevante, já que a coleta é feita com todo cuidado, através do uso de material descartável, em um ambiente apropriado e com profissionais qualificados.

São retirados aproximadamente 450 ml de sangue, a depender do peso de cada pessoa, e a inserção da agulha em um dos braços não é tão dolorosa quanto todos imaginam. Na verdade, o que dói mais é a expectativa da dor. Quando a agulha é inserida, o incomodo dura pouco tempo e é esquecido à medida que você lembra a importância do ato que está realizando.

E não precisa ter uma triste história familiar ou que um amigo esteja passando por um momento difícil para decidir doar sangue. Basta lembrar que todos os dias acontecem centenas de acidentes, cirurgias e queimaduras violentas que exigem transfusão de sangue, além das pessoas que possuem leucemia, hemofilia e anemias, e que dependem desse tipo de procedimento. Basta lembrar-se dessas pessoas para resolver se voluntariar.

Lembre-se que a vida dá voltas, e um dia pode ser você que precise de uma doação para ter sua vida salva. Sem falar, que apenas com uma doação, várias vidas podem ser salvas. E não importa qual o seu tipo sanguíneo, basta você ser o tipo de pessoa que se importa com o próximo. Do tipo que se importa o suficiente para se informar mais sobre o assunto, deslocar-se até um posto de atendimento e gastar aproximadamente 45 minutos com um procedimento que pode corresponder a diversos anos a mais na vida de alguém.

CLIQUE AQUI PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O HEMOBA.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

JOGADOR DE FUTEBOL NÃO SABE O PODER QUE TEM


Um time qualquer vem apresentando um bom futebol e tem bons jogadores, porém de uma hora para outra, o rendimento da equipe cai, as derrotas vêm e a crise se torna pública. Não, ninguém na equipe desaprendeu a jogar, são os comuns boicotes de jogadores de futebol, em virtude de atraso de salários, graças à gananciosa incompetência de dirigentes, que em alguns casos se perpetuam no poder por gerações, e em outros furtam tudo que podem no pouco tempo que tem.

Junto com a crise, vem a raiva do torcedor, que paga os ingressos cada vez mais caros e vê seu time perder sem a menor dignidade. Quando a raiva aflora, não vai em direção as tribunas de honra, onde estão os cartolas (ou pelo menos onde deveriam estar). As vaias, xingamentos e protestos se voltam para o campo, contra os jogadores. Ou seja, o dirigente dá calote nos atletas, que por sua vez jogam mal e irritam a torcida, que protesta contra os jogadores. Quem se deu bem na história? Se você respondeu o dirigente caloteiro, acertou! E daí sai a pergunta: Porque os jogadores não prejudicam quem lhes prejudicou?

Existem várias formas de fazer isso, uma delas é a recusa em entrar em campo, que força um pagamento imediato, uma vez que o W.O. (without opponent – sem adversário) é passível de rebaixamento para última divisão. O problema dessa solução é que se o clube realmente estiver sem dinheiro, independente de o dirigente ser corrupto ou não, a equipe cai, a torcida continua irritada e o rebaixamento mancha a carreira de qualquer atleta.

Então vem uma solução que eu considero a mais honesta: Transparência total. Antes do jogo, os jogadores deixam bem claro para torcida o que se passa nos bastidores do clube, dizendo que salários e benefícios estão atrasados, e desde quando estão sem receber. Pronto, uma simples declaração e os atletas já vão ter o apoio do torcedor, e sabendo o que se passa não colocará o pé no estádio.

Assim como o pagamento surge com as derrotas, uma vez que a torcida se afasta, a renda cai e os dirigentes se desesperam, o pagamento viria ainda mais rápido, já que grande parte da torcida, principalmente quem não é sócio-torcedor, se afastaria do estádio. Talvez apenas torcidas organizadas, que em vários casos tem obscuras relações com as diretorias de clubes, que inclusive oferecem ingressos grátis, entraria no estádio como se nada estivesse acontecendo. Todavia, não são eles quem dão o lucro.

O foco do torcedor comum sempre foi e sempre será ver o sucesso do time, de preferência no estádio. Então mesmo deixando de ir ao campo, ele não abandonará o time, e protestará da forma que achar conveniente. Esse é o segundo fator interessante dessa forma de protesto, colocando a “boca no trombone”. Além dos jogadores forçarem seu próprio pagamento, uma vez que a torcida começaria a deixar de ir ao estádio, a onda de protestos colocaria o cargo do dirigente em xeque. Em muitos casos, poderia até vir à democratização de muitos clubes que são verdadeiras ditaduras.

Protesto realizado pelos jogadores do América/RJ.
Na faixa eles dizem "Estamos abandonados, mas
jogamos por vocês!" |  Foto: Carlos Júnior/FutRio
Já passou da hora dos atletas entenderem a importância que o futebol tem em nossa sociedade, seja isso bom ou não, o esporte mexe com a vida das pessoas. A influência dos jogadores pode ir além da mera criação de novos cortes de cabelos, acredito que hoje eles são a única forma de as torcidas de futebol entenderem que o esporte vai além das quatro linhas. Eles têm em mãos a chance de transformar os clubes, que em alguns casos são os clubes do coração dos próprios jogadores. Que em algum tempo eles entendam isso, e parem de prejudicar aqueles que têm um verdadeiro vínculo com o esporte, uma vez que essas derrotas premeditadas são verdadeiros atentados ao bolso de quem deixa de curtir muita coisa para apoiar o time. Jogadores e torcedores precisam dar as mãos e extinguir do futebol essa gente gananciosa. Poder para isso eles têm.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

MUITO CUIDADO COM OS ELOGIOS


Seu Roni é o porteiro da vila onde eu moro, o tipo do cara que gosta de dividir as suas histórias. Um dia desses, ele me contou que tem dois sobrinhos, um é cientista político e o outro é estocador em uma fábrica de alimentos. O curioso é que o sobrinho estocador, tinha notas excelentes na escola e sempre ouvia elogios pelo seu potencial. Queria ser engenheiro. Todo mundo falava que ele seria um grande profissional. Já o irmão cientista político, que só passava de ano com dificuldade e nunca teve notas tão boas quanto as do irmão, sempre foi muito aplicado.

Já no final do ensino médio, o sobrinho por um momento até afirmou que antes do vestibular, preferia curtir a juventude, já que era bem inteligente ao ponto de decidir o futuro profissional quando quisesse. Terminou se perdendo no tempo, já que não realizou o sonho de ser engenheiro. Seu Roni falou que o sobrinho foi enganado pela ilusão dos elogios que tanto adorava ouvir.


Na vida, além da genética, trazemos as marcas da educação que recebemos, o que faz cada pessoa ter um perfil único. Mas há uma marca que está presente em quase todo mundo, o prazer em ouvir um elogio. 

Quem dispara um elogio, geralmente não tem como medir a intensidade dos impactos causados no receptor no momento exato em que a “flecha acerta o alvo”. Pra quem ouve, pode haver uma ausência total de raciocínio, uma ação reprovada pela razão. O elogio é um discurso tão perigoso, que deveria haver um manual de instrução tanto para quem pronuncia, quanto para quem recebe.

Eu não quero dizer que não devemos cativar o reconhecimento das nossas habilidades e virtudes, não há nada de errado no elogio verdadeiro, muito pelo contrário, se não houver excessos, essa é uma atitude justa e natural nas nossas vidas. Eu recomendo que você encare o elogio não apenas como uma forma de contemplação, mas que dali você também enxergue uma forma de incentivo e ensinamento em busca de um melhor rendimento.

Apesar de nos fazer bem feliz, o elogio pode alimentar demais o nosso ego, a ponto de dar vazão à prepotência e a soberba, nos levando ao orgulho. E é justamente aí que mora o perigo! Com a perda da humildade, vem à acomodação e consequentemente a perda da vigilância.


Minha tia fala que “o elogio é um beijo na alma”, mas vocês lembram a forma que Judas Iscariotes identificou Jesus Cristo aos soldados que vieram prendê-lo? Pois é, às vezes um beijo pode nos trair. O elogio pode ser um remédio para a autoestima, mas também um veneno letal para as nossas vidas.