quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A GERAÇÃO DO SEXO BANALIZADO


O internauta observa os seus amigos nas redes sociais e clica no perfil daquele que acha mais atraente, com quem tem vontade de ter uma relação sexual. Um e-mail é enviado para esse “amigo” contendo a proposta e os dois usuários decidem em seguida se vão prosseguir ou não com o “assunto”.

É assim que funciona o Bang With Friends (“faça sexo com seus amigos”, em português), um aplicativo criado exclusivamente para o Facebook e que incentiva os usuários a escolher parceiros com quem desejam ter relações sexuais. De acordo com o site da revista Veja, mais de 370 mil pessoas já aderiram ao serviço, que está há menos de duas semanas no ar.

Esse aplicativo é um exemplo claro de que as pessoas não estão fazendo bom uso da tecnologia, nem do seu próprio corpo. A faixa etária dos usuários desse aplicativo também é preocupante, em geral são adolescentes, quase crianças, no início da sua vida sexual, que ainda não definiram sua personalidade e seus valores.

As décadas de 60 e 70 foram marcadas, principalmente, pela revolução sexual. Esse período trouxe reflexões que modificaram certos padrões da sociedade. A popularização dos métodos contraceptivos e as mudanças de pensamento que permitiram uma maior aceitação das relações diferentes das tradicionais (heterossexuais ou apenas entre pessoas casadas) possibilitaram uma maior liberdade sexual.

De fato, é importante que agora as pessoas tenham se tornado um pouco mais conscientes do próprio corpo e tenham a oportunidade de falar mais abertamente sobre os assuntos relacionados ao tema. Infelizmente não está havendo um equilíbrio entre a liberdade sexual e a banalização do sexo.

Mais do que educação sexual, voltada para os métodos contraceptivos e conhecimento sobre o corpo, o jovem de hoje precisa aprender a respeitar o próprio corpo e a resgatar valores que preservem sua intimidade.

Outra modalidade preocupante relacionada ao sexo e à tecnologia é o sexting. Segundo a revista Veja, a palavra, que já entrou para o dicionário Oxford da língua inglesa, faz a junção de outras duas palavras: “sex”, sexo, e “texting”, que se refere à troca de mensagens de texto via celular. E de acordo com uma pesquisa publicada nos Estados Unidos, nesta semana, quase 30% dos adolescentes americanos já praticaram a troca de mensagens de texto contendo fotos em que aparecem nus, denominada sexting.

Números como esse preocupam porque refletem uma geração que tem perdido os seus valores e pouco se importam com as consequências dos seus atos. Uma geração cada vez mais precoce, que vem construindo relações desestruturadas, e que, infelizmente, são o futuro da nossa sociedade.

Não é necessário que haja um retrocesso de valores, em que as pessoas voltem a pensar como antigamente, e tratem tudo como se fosse errado ou absurdo. Mas é preciso encontrar um equilíbrio entre essa liberdade arduamente conquistada e à falta de respeito com relação aos outros e a si próprio, que tem sido incentivada pela mídia e tecnologia, mas que é reflexo de uma sociedade que precisa novamente rever seus valores.


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