quinta-feira, 7 de março de 2013

A MORTE DOS DOIS HUGO CHÁVEZ


O final da tarde e início da noite do dia 05 de março de 2013 entraram para a história sócio-política da Venezuela, quando o vice-presidente do país, Nicolás Maduro, informou ao mundo que, os dois maiores chefes de estado, no período recente do país, tinham morrido. Ambos morreram aos 58 anos, sendo derrotados na batalha contra um câncer na região pélvica. Desde que a enfermidade foi diagnosticada, em junho de 2011, os dois passaram longos períodos na capital de Cuba, onde tratavam a doença.

Você deve estar achando que fiquei louco, não é mesmo? Mas não, eu não fiquei louco. No mundo há dois sentimentos diferentes pelo ex-presidente, por isso duas interpretações, interligadas, do Hugo Chávez morreram. O homem que resgatou a dignidade do país, fazendo com que a Venezuela deixasse de ser um “parque de diversões” norte-americano e se transformasse em uma potência petrolífera e o líder bolivariano e crítico feroz e combatente da diplomacia dos Estados Unidos.


Eleito por quatro vezes o presidente da Venezuela em apenas 14 anos, Hugo Chávez se tornou um herói nacional ao implementar programas sociais voltados à população carente, aumentando nos cinco primeiros anos de governo, em 53%, a renda da classe "E", a mais pobre do país e que concentra 15,1 milhões de pessoas (58% da população). Com ele, o país avançou extraordinariamente. O país virou referência na redução da pobreza e da desigualdade social, um amor incondicional por sua terra natal. Ele também pôs fim a um regime partidário corrupto enraizado no país, além claro de mostrar ao mundo os perigos do liberalismo e do capitalismo sem ética.

Só que Chavez se perdeu no tempo. A implantação dos generosos programas sociais foi baseado na concentração do poder e no silêncio ditatorial da oposição, ele esvaziou o congresso, calou impiedosamente os que o criticavam, jogou opositores na cadeia sem julgamento, assim como fizeram com ele. Sem contar o apoio irrestrito aos regimes mais cruéis do mundo, financiou a ditadura cubana, defendeu a Coréia do Norte e Miyamar na ONU. Concedeu a medalha mais importante do país a Kadhafi, da Líbia, Assad, da Síria, e Ahmadinejad, do Irã. E pior de todos os erros, achou que o socialismo era a solução para todos os problemas.

E agora, o que fazer? Jogar flores ou cuspir no caixão? É um erro canonizar Hugo Chávez, como também um equívoco chamá-lo de ditador. Ele foi eleito e reeleito por 3 vezes pelo voto popular, porém monopolizou as forças políticas. Fez o bem e fez o mal. Foi um deus e um diabo. Merece honras e a rejeição. Enfim, Chávez não merece nem o céu e nem o inferno, ele deveria morar eternamente no purgatório.

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